"Tenho fome de tua boca, de tua voz, teu pêlo.... e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado, não me assusta o pão, a aurora me desequilibra busco o som liquido de teus pés no dia...Estou faminto de teu riso deslavado, de tuas mãos cor de furioso celeiro, tenho fome da pálida pedra de tuas unhas...quero comer tua pele como uma intacta amêndoa...Quero comer o raio queimado em tua beleza, o nariz soberano do arrogante rosto, quero comer a sombra fugáz de tuas pestanas... e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo, buscado-te! ...buscando teu coração ardente!!..."
( Pablo Neruda)
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